A ministra Marta Suplicy defendeu na manhã de hoje (3/10) Mais recursos do Pré-Sal para a Cultura


Cultura fortaleça fontes de financiamento a partir de recursos do Pré-Sal (reservas de petróleo a serem exploradas no litoral brasileiro). Lançou aos participantes do Encontro de Culturas Populares e Tradicionais 2013, evento que acontece no Sesc Itaquera, Zona Leste da capital paulista, que façam uma proposta a ser debatida na 3ª Conferência Nacional de Cultura, em novembro, em Brasília.
A ministra disse que as discussões a partir dos grupos de cultura tradicional, das autoridades municipais, estaduais e do governo federal que atuam na cultura podem ensejar uma proposta a ser defendida no Congresso Nacional.
"Gostaria muito que na 3ª Conferência Nacional de Cultura chegássemos muito juntos. Temos de ter uma estratégia para o Pré-Sal. Metade vai para a educação. E 50% vai ser dividido entre outras seis áreas. Nós temos de organizar bem! Com a ajuda dos estados, das capitais, vamos fazer alguma coisa juntos. A raiz da cultura brasileira apoiando, é certo que vamos conseguir!", discursou a ministra.
Aceitação
A ideia foi aplaudida pelos participantes do encontro. Na cerimônia com a ministra estavam presentes e falaram ao público a secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural, Márcia Rollemberg, o diretor regional do SESC/SP, Danilo Santos de Miranda, o presidente de honra do Fórum para as Culturas Populares e Tradicionais, Mestre Alcides; o Secretário Municipal de Cultura de São Paulo, Juca Ferreira, e o secretário estadual Marcelo Araujo.
Também presentes no evento o secretário de Políticas Culturais, Américo Córdula, o presidente da Fundação Cultural Palmares, Hilton Cobra, mestres e mestras da cultura popular, lideranças indígenas, quilombolas, artistas, gestores culturais, representantes da sociedade civil nos conselhos e colegiados de cultura e o público interessado no tema.
O evento teve início no dia 1º e se estenderá até o dia 6 de outubro, próximo domingo. Esta é a 7ª edição do encontro tem a finalidade de avaliar as políticas públicas de cultura implantadas nos últimos dez anos e de propor diretrizes para o fortalecimento das ações.
A iniciativa foi concebida pela Rede Nacional de Culturas Populares e é executada pelo Ministério da Cultura e vários parceiros, com apoio da Universidade de Brasília (UnB), do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para a Inclusão na Ensino Superior (INCT) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Sesc.
Homenagem
Logo na chegada, a ministra recebeu de Lucas Alves uma gola de Maracatu, vestimenta típica, símbolo do folguedo mais forte da zona canavieira e também um mamulengo. Marta ficou agradecida com a homenagem, vestiu a roupa imediatamente. Disse: "Colocar essa roupa é muito emblemático! Ela vai ficar comigo, no meu gabinete!"
Além de tratar da pauta do encontro (discussão sobre culturas populares), em sua fala ao público, a ministra Marta destacou que hoje o Ministério da Cultura trabalha sob três eixos: aprovar leis estruturantes para o setor (Vale-Cultura, PEC da música, fiscalização do Ecad, entre elas), inclusão (com editais para negros, indígenas, ciganos, mulheres e outras ações) e ampliação do "soft power" brasileiro.
Leandro A. Oliveira

DAMOCRACY - O FILME

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Realizado durante o ano de 2012, o filme Damocracy mostra a realidade e as lutas dos atingidos pelas hidrelétricas de Belo Monte, no Brasil, e de Ilisu, na Turquia, e desconstrói o mito de que a hidreletricidade é uma energia limpa. Assim como Belo Monte, a história do barramento do rio Tigre na região de Ilisu data da década de 1980, quando o governo turco iniciou o projeto da hidrelétrica, com capacidade projetada de 1.200 megawatts. Desde então, da mesma forma que Belo Monte, a usina é foco de uma intensa batalha judicial em função dos seus enormes impactos, principalmente a inundação e destruição de um dos maiores tesouros arqueológicos do mundo: a vila de Hasankeyf. Dirigido pelo premiado documentarista canadense Todd Southgate, narrado em português pela atriz Letícia Sabatella e produzido pela organização turca Doga Denergi, com apoio das ONGs International Rivers e Amazon Watch e do Movimento Xingu Vivo para Sempre, o filme traça paralelos sobre os impactos dos dois projetos nas populações locais e o meio ambiente, colocando em cheque o discurso que aponta a hidreletricidade como fonte de energia limpa.

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