Água em Nova Cruz








Devido ao clima de chuvas irregulares com grandes periodos de estiagem, Nova Cruz sofreu durante muito tempo com a falta d'água encanada; motivo pelo qual os novacruzenses procuravam abastecer suas residências comprando o produto que chegava à cidade oriundo de diversas fontes como o rio Curimataú, o açude Pau- Barriga e também através dos "trens d'água" da Rede Ferroviária Federal. A captação e venda do precioso líquido era um dos meios de sobrevivência de vários chefes de familia de baixa renda em Nova Cruz.
A água para o consumo humano, vinha do rio Piquiri em Pedro Velho, e chegava à cidade nos trens da RFFSA em vagões-tanques e distribuída à população que formava longas filas com latas de querosene que eram transportadas em galões nos ombros de homens, chamados "carregadores", ou em barris de madeira no lombo de burricos. À tardinha (outras vezes pela manhã), na base do depósito onde era armazenada a água (ao lado da Estação Ferroviária),formava-se a fila de latas e barris.Para quem residia ou passava na rua Getúlio Vargas era motivo de riso os conflitos que ocorriam naquela fila: Ao menor gesto de algum "fura-fila" já conhecido, ou divergência nas conversas dos que vinham esperar a liberação da água, era motivo para a fila de latas e barris se desfazer a chutes e pontapés! O burburinho chamava a atenção e era motivo de notícia: "Uma briga na fila da água da estação!" e para lá se deslocavam os que estavam nas imediações da Pedro Velho e Cel. Anisio de Carvalho para ver o ocorrido e rir da situação. A maioria das residências armazenava a água em jarras de barro, tanques ou cisternas, estas últimas eram utilizadas para a captação das águas pluviais nos periodos de inverno. Em 1978, último ano administrativo do segundo mandato de José Peixoto Mariano, realiza-se o sonho dos novacruzenses: O então governador Tarcisio Maia, inaugura o sistema de abastecimento d'água em Nova Cruz oriunda do rio Piquiri. Grande festa, proncipalmente porque era o encerramento da campanha para o sucessor de José Peixoto, motivo para João Ramos criar mais uma de suas contundentes modinhas de campanha político-partidária:

"Taí a água que você dizia que José Peixoto não ia botar...
Olha aí palhaço, olha aí palhaço!
A água já chegou! a água já chegou!
Pra matar a sede desse povo falador!"
Texto e Fonte: Ilvaíta Mª Costa
Acervo: Prefeitura Municipal