A FEIRA



A feira de Nova Cruz acontece às segundas- feiras e remonta à criação da cidade, crescendo de acordo com o desenvolvimento dela. Até 1989, localizava-se no centro histórico da cidade ocupando as ruas Dr. Pedro Velho, 15 de Novembro, Djalma Dutra-mais conhecida como "rua do fogo"- e parte da Rua Getúlio Vargas . Antigamente, a feira era frequentada apenas pelos homens. Desde sua formação, foi considerada a maior feira da região atendendo aos municipios circunvizinhos e o vizinho Estado da Paraíba. Outrora, os produtos mais comercializados eram frutas regionais, verduras, ervas medicinais,fumo de rolo, carnes -estas eram vendidas no Açougue Público-, cereais e os famosos mangaios. Compareciam também os repentistas e o "homem da cobra" - famoso camelô , homem falante que vendia produtos "milagrosos"
para a saúde masculina. O homem do campo, mais conhecido como "matuto", vinha para a feira em caminhões, onde vendia o produto de suas safras e comprava o que não dispunha em seu sítio, como sabão, fumo de rolo, açúcar, querosene,sal e café . No final do ano, após vender a safra de algodão, comprava botinas, calças de mescla (não havia a moda do jeans), camisa e tecido em metro para os vestidos das mulheres da familia. Em 1990, o então prefeito Targino Pereira, mudou a localização da feira. Esta já havia crescido o suficiente para ocupar todas as ruas do centro histórico, então foi transportada para o Alto de São Sabastião, ocupando a Av. Industrial José de Brito, Praça de São Sebastião, parte da rua 1º de Maio e adjacências. Conta também com um prédio bem maior para a comercialização das carnes e cereais.Hoje, com o advento da luz elétrica, TV, celular e computador (lan houses), o homem do campo não é mais o "matuto" de outrora e sim um individuo como qualquer cidadão urbano que comparece à feira -que hoje já oferece frutas e verduras importadas de outros Estados como uva, pera, morango, abobrinha, vagem,etc.- não vem mais a cavalo ou em caminhões; usa carros de passeio fretados, motos ou ônibus. Quanto ao cidadão urbano, se antes comparecia a feira acompanhado de um balaieiro-pessoa que transportava a feira num balaio sobre a cabeça-, hoje, quando não vem à feira em seu próprio carro,conta com os serviços de garotos que fazem o frete da sua feira em carroças de zinco; e na feira, hoje, no lugar dos mangaios pode-se encontrar CDs, DVDs, roupas de grife, brinquedos sofisticados, confecções, tênis, e demais produtos que a moderna tecnologia pode oferecer.
Texto e acervo: Ilvaíta MªCosta