O que era visto pela criançada na TV dos anos sessentas

O heróico RIN-TIN-TIN

Rin Tin Tin era um cachorro da raça Pastor Alemão que estrelou várias séries e filmes a partir da década de 1920 tornando-se muito conhecido aqui no Brasil. Na série mais famosa, exibida originalmente entre 1954-1959, Rin-Tin-Tin era um cachorro que acompanhava uma unidade da Cavalaria dos Estados Unidos no final do século XIX, sediada no Forte Apache. O melhor amigo de Rin-Tin-Tin era o Cabo Rusty, um garoto que perdeu os pais em um ataque dos índios e foi adotado pela corporação, se tornando uma espécie de mascote.

O primeiro Rin Tin Tin surgiu em 1922 e sua incial aventura protagonizada no cinema foi em 1923, no filme Where The North Begins, quando ele contracenou com a atriz do cinema mudo Claire Adams. Credita-se ao enorme sucesso popular do cão artista o salvamento da falência iminente do Estúdio dos irmãos Warner (Warner Brothers). Outros filmes: Shadows of the North (1923), Clash of the Wolves (1925), A Dog of the Regiment (1927), Tiger Rose (1929) e The Lightning Warrior (1931).Além de se tornar o principal astro da Warner Brothers, rivalizando em popularidade com o ator John Barrymore, O Rin Tin Tin original morreu no ano de 1932.Depois dele outros dois cães com o mesmo nome de Rin-Tin-Tin dariam continuidade as aventuras, fazendo do personagem um sucesso também na televisão.O canal de TV americano ABC estreou em 1959 uma nova série de Rin-Tin-Tin que ficou no ar até 1961. Outro canal, a CBS, retornou com a mesma série em 1962, mantendo-a no ar até setembro de 1964.

A comovente Lassie



Lassie fez mais sucesso no mundo do que qualquer outro cão. Sua popularidade já dura mais de 50 anos. Em seus trabalhos ela mostrou o quanto um cão da raça collie pode ser corajoso, leal, inteligente, protetor e grande amigo do homem. A personagem apareceu pela primeira vez nun conto escrito pelo autor anglo-britânico Eric Knight publicado em 1938. A história terminou virando livro em 1940. Em 1943, devido ao seu sucesso a história acabou recebendo adaptação para o cinema com o titulo "Lassie e a Força do Coração"(Lassie Come Home). Anos depois virou seriado de televisão. Lassie estreou no Brasil no final da década de 1950 na TV Tupi e ficou até 1966 quando passou a ser exibida pela rede Globo.

O encantador Topo Gigio

Em pleno regime militar, um ratinho importado dividia as atenções junto com a novela "Beto Rockfeller", tratava-se de TOPO GIGIO, bonequinho criado pela italiana Maria Perego que ganhou fama internacional. No Brasil, Topo Gigio começou na Rede Globo em 1969 e fez grande sucesso na época. Em 1970 o bonequinho ganhou um programa só dele e contracenava com Agildo Ribeiro, seu interlocutor humano. Esse programa tinha o objetivo de orientar as crianças a cumprirem com suas obrigações diárias como escovar os dentes, lavar as orelhas, fazer as orações entre outras coisas. No programa o ratinho era manipulado por Laert Sarrumor e Agildo protagonizavam esquetes enquando cantarolava 'Meu limão, meu limoeiro' entre outras músicas. As crianças esperavam ansiosas pelo momento em que o boneco, no final do programa, pedisse "um beijinho de boa noite" com seu sotaque italiano e balançando a perninha. No episódio final as crianças não conseguiam esconder a tristeza ao ver o boneco ir embora com uma trouxinha no ombro, virando-se no caminho para acenar para o público.


FESTIVAL SERTANEJO DE POESIAS-12/01/2009-Poesia 1ª colocada no XIV FESERP

LAMPIÃO AINDA É VIVO NO CORAÇÃO DO NORDESTE
Rosa Ramos Regis da Silva - Natal /RN

Sendo filho de José
E Maria, qual Jesus,
Uma diferente cruz,
Que não era a cruz da fé,
Leva o menino, que é
Fruto do nosso Nordeste.
E, assim sendo, de "peste"
Por muitos foi nomeado,
Sendo, portanto, odiado
E tido por cafajeste.

As brincadeiras da infância
Tinham a ver com o que via.
E à medida que crescia
Uma ou outra circunstância
Dentre muitas, traz a ânsia
De lutar com veemência
Por sua sobrevivência.
Assim, talvez revoltado,
Tenha, então, se transformado
Em um ser de violência.

Injustamente tratado
Pelos donos do poder,
Virgulino vê crescer,
Em si, raiva. E, revoltado,
Deixa o trabalho de lado.
E surge, então, no Sertão
O famoso Lampião
Mui respeitado e temido!
Odiado, mas querido
Por combater a opressão.

Mesmo não tendo a intenção,
Lampião subverteu
A ordem imposta. E se deu
Que quase todo o Sertão
Nordestino o "Capitão
Do Cangaço" dominou.
E novas vias traçou,
Movido pela descrença,
Com a sua forte presença
Por onde o mesmo passou.

E os caminhos traçados
Em busca da igualdade,
Pagando o mal com maldade,
Vez por outra eram cruzados
Por soldados que, pecados,
Tanto quanto os cangaceiros,
Tinham em seus bagageiros.
E quando havia confronto,
Era lutar sem desconto,
Nas serras, nos tabuleiros.

Condenou-se Lampião
Mas, hoje, após tantos anos,
Continuam os desenganos
Que faziam o coração
Do cangaceiro de então
Pulsar forte e loucamente.
E o nordestino sente
Que quase nada mudou.
O cangaço, sim, passou,
Mas o descaso é presente.

Se quase nada mudou,
Chegamos à conclusão
Que a terra que a Lampião,
Um certo dia, gerou,
Está lá, continuou,
No Sertão ou no Agreste,
Trajando a mesma veste
De torrão bravo e ativo.
LAMPIÃO AINDA É VIVO
NO CORAÇÃO DO NORDESTE.