Arquitetura (sacra) de outrora III


As novas gerações que conhecem a Matriz da Imaculada Conceição não imaginam como o seu interior era belo! Ornado em suas laterais por lindos altares em estilo barroco, caprichosamente decorados por fiéis das várias Legiões que existia no catolicismo até finais da década de 1960. Era um total de cinco altares: três à esquerda e dois à direita de quem entrava pela porta principal da Igreja. Havia ainda a pia batismal logo na entrada, à esquerda, e o pequeno altarzinho. à direita, que "salvou-se" e está lá até hoje.
O altar-mor (foto central) terminava com uma mesa de mármore onde o padre celebrava as missas em latim , de costas para os fiéis- e circundado por uma bancada circular que denominavam "mesa da comunhão" -como o nome dizia, era onde os fiéis se ajoelhavam para receber esse sacramento.O altar-mor era ladeado por degraus que davam acesso à imagem da Padroeira que ficava em seu nicho mais alto e que nas noites de maio eram preenchidos pelos "anjinhos de Zé Teixeira", como se costumava dizer, por ser ele o organizador do evento.Na base do altar-mor ficava o nicho com a imagem do Senhor morto (foto à direita) Foi durante o periodo paroquial do então Pe. Matias Patricio de Macedo, que por sua ordem, não se sabe bem o motivo visto que em outras cidades os altares permaneceram, os lindos altares de nossa igreja foram demolidos levando consigo toda a história arquitetônica de uma época de fé da nossa cidade.
Acervo fotográfico: Dalva Manso
Texto: Ilvaíta Mª Costa











Arquitetura de outrora II




Rua Cel. Anisio de Carvalho, residência construída em 1914.
Na década de 40 sofreu transformação em sua fachada além de ter seu jardim eliminado para dar lugar a construção de estabelecimentos comerciais e o prédio residencial mudando de proprietário, passou a funcionar como bar/snucar.
A partir de de 80 entrou em franco estado de deterioração.
Acervo: Itália Orrico e Ilvaíta Mª Costa





Arquitetura de outrora




Rua 15 de Novembro - Residência construída por volta de 1889 por imigrantes italianos que aqui chegaram e se instalaram.


Na década de 1920, passou a ser residência de familia novacruzense.


No final da década de 1980, transformou-se em restaurante e casa de show: "Chalé Club"


Na década de 2000, foi demolida para dar lugar a uma loja.



Acervo: Itália Orrico e Rosil d'Oliveira

Verdade ontem/"Lenda Urbana" hoje





Para quem não viveu os anos 60, é pura lenda, história de "trancoso", dessas que contamos para acalmar criança hiperativa; mas para quem "alcançou" aquela época, sabe que é verdade bem verdadeira, como dizem os antigos.


Aconteceu no final da década de sessenta...A casa, situada no centro histórico da cidade, era habitada por várias senhoras sendo 3 moças em idade avançada (entre 70 e 80 anos aproximadamente) e uma viúva, também na 3ª idade. O homem da casa era um sobrinho criado por elas. Um dia, morre uma das irmãs, e foi ai que o fenômeno iniciou...Durante o velório, apareceu não se sabe de onde, um grande sapo "cururú" dentro do ataúde, em cima do cadáver. Os presentes estranharam, mas deduziram que sendo a casa perto do rio, isso poderia acontecer. Para quem mora às margens de rio é comum a presença de sapos dentro de casa de vez em quando. Mas esse sapo era diferente: Era grandão e chegou de mansinho, saltou feito uma rã...mesmo a sala estando cheia de gente, ninguém o viu chegar... Mas as pessoas logo esqueceram o fato e trataram de dar prosseguimento ao funeral. Só que após o enterro os habitantes daquela casa não mais tiveram sossego: a presença daquele sapão deu origem a dezenas de outros "cururús"que começaram a cair do telhado incessantemente. A notícia espalhou-se pela rua. Homens da vizinhança juntaram-se ao sobrinho das moças para pegar os sapos que eram muito ágeis para a espécie e tinham uma estranha força, se agarrando aos caibros do telhado ou aos pés dos móveis. Mesmo assim, conseguiram pegar vários deles, colocá-los num saco e despejá-los do outro lado do rio, fora da cidade. Ao retornarem para a casa lá estava a "chuva" de cururús caindo do telhado! O intrigante era que só acontecia naquela casa. Na vizinhança não aparecia nenhum. Ouvia-se apenas o barulho assustador que eles faziam no telhado da casa das moças. Elas, coitadas, em idade avançada não conseguiam mais ter paz: Dia e noite convivendo com sapões caindo do telhado e correndo pela casa fazendo uma incrivel e barulhenta bagunça . No inicio, acorreram muitas pessoas para verificar o estranho fenômeno e muitos o presenciaram também. Nos domingos, após a missa, o padre ia até a casa delas acompanhado de fiéis para rezarem, numa vã tentativa de exorcizar aquele "exército" de sapos. Mas o tempo ia passando e o fenômeno continuava. Sugeriram então que as moças mudassem de casa. Elas o fizeram, mas uma semana depois, lá estavam os sapos caindo na nova casa. Elas então retornaram à antiga residência. Era comum vê-las nas madrugadas, sentadas nos degraus ou de pé na soleira da porta principal da Matriz, envolvidas em chales e lençóis à espera de que o dia amanhecesse para entrarem na casa pois havia noites em que não conseguiam ficar dentro de casa:os sapos as expulsava. O fenômeno durou anos e acabou caindo no lugar comum. Ninguém mais se interessava em presenciá-lo. No máximo algum conhecido que passava perguntava:- e aí, eles ainda estão caindo?- ao que elas respondiam:- ainda! Foi então que aconteceu algo que, apesar de serem estremamente católicas, fez com que elas consentissem na realização de uma sessão espírita em casa: Um sapo agrediu fisicamente uma delas: a viúva! Ela estava com a saúde debilitada, não enxergava direito e um dia, estando sentada em seu quarto rezando, um dos sapos agarrou-se á sua perna e começou a arranhá-la. Ela gritou, as irmãs foram acudi-la e viram o sapo literalmente esfolando uma de suas pernas. Foi então que o sobrinho e um amigo entraram em contato com uma instituição espirita da linha kardecista em Natal cuja equipe veio à Nova Cruz e prepararam-se (jejuando) para uma sessão que explicasse a origem desse fenômeno apavorante. O ritual espirita aconteceu e através dele ficou esclarecido um crime entre irmãos onde um assassinou o outro por questão de herança familiar e o assassino ao ser preso em Recife e recambiado , de trem ,para responder a júri popular em Nova Cruz, chegou morto à estação sem que ninguém soubesse, na época, explicar o caso. esse fato tinha acontecido há 40 anos atrás.. Durante a sessão espírita, ficou esclarecido que o réu foi envenenado durante a viagem: Durante uma parada numa determinada estação, mandaram-lhe três laranjas para que ele as consumisse.Fazia muito calor e o réu consumiu as frutas. Logo depois começou a passar mal acometido de "uma agonia", segundo ele, e não resistiu. Para os presentes a sessão, as pessoas que mandaram o "presente de grego" para o réu se identificaram ,pois todos já haviam falecido. Após esse esclarecimento e terminado o ritual kardecista, os sapos desapareceram e nunca mais voltaram a perturbar as pessoas da casa.


Fontes: José Fernandes-Donzinha-Ilvaíta