Mais 2.000 comunidades africanas colocaram fim à mutilação ou corte genital feminino em 2011


Nações Unidas, Nova York – Em 2011, quase duas mil comunidades de toda África abandonaram a mutilação ou corte genital feminino. Assim, chegou a oito mil o número total de comunidades que renunciaram a essa prática nos últimos anos, segundo levantamento recentemente feito pelo UNFPA, Fundo de População das Nações Unidas, e UNICEF, Fundo das Nações Unidas para a Infância.
“Essas constatações encorajadoras mostram que as normas sociais e as práticas culturais estão mudando, e as comunidades estão se unindo com o objetivo de proteger os direitos das meninas e das mulheres”, disse Dr. Babatunde Osotimehin, Diretor Executivo do UNFPA no Dia Internacional da Tolerância Zero com a Mutilação Genital Feminina, 6 de fevereiro.
 “Fazemos um chamado à comunidade mundial para que se some a nós nesta iniciativa de importância crítica. Juntos, podemos colocar fim à mutilação ou corte genital feminino no lapso de uma geração e ajudar milhões de meninas e mulheres a ter vidas mais saudáveis e plenas e alcançar seu potencial".

Nascida em 1965, Ex-modelo Warris Dirie nasceu na Somália, e luta contra a mutilação genital feminina na África – violência que ela mesma sofreu aos cinco anos de idade,  afima que  mais de 8 mil garotas foram vítimas todos os dias desse denominado costume local.
HISTÓRIA DE LUTA E MUITA RESISTÊNCIA !
Warris fugiu da aldeia em que vivia com a família aos doze anos de idade, um dia após saber que seria obrigada por seu pai a se casar com um homem de 60 anos, do qual seria a quarta esposa. 
Na época, atravessou sozinha um dos desertos somalis inteiro, sofrendo com fome e sede e ficando com vários ferimentos nos pés, dos quais até hoje têm cicatrizes.
Chegando em Londres, foi trabalhar na limpeza de uma lanchonete. Descoberta pelo fotógrafo britânico Terence Donovan aos 18 anos, Warris imediatamente se tornou uma modelo de sucesso.
Foi em 2002 que ela decidiu ir mais longe. Criou a Warris Dirie Foundation, que luta contra a mutilação genital feminina e, desde então, 16 países na África já aprovaram a proibição do costume. “Com certeza, até então, este tema era um tabu". Waris Dirie converteu-se numa defensora da luta pela erradicação da prática da Mutilação Genital Feminina !
Escreveu vários livros sobre suas vivências e foi tema de um filme "Flor do Deserto", lançado em 2010 no Brasil. Existe uma fundação com seu nome.

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