Ministério da Cultura é "só confusão", diz Marta Suplicy


Após ouvir um depoimento sobre a falta de recursos para Pontos de Cultura no Tocantins, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, afirmou na tarde desta segunda-feira (1º) que a pasta é "só confusão". Ela assumiu o cargo no último dia 13.
"Esse ministério é só confusão", disse Marta durante encontro na sede da Coletivo Digital, em São Paulo, organização não governamental que atua na área de inclusão digital.
A declaração da ministra arrancou risos da plateia, formada por cerca de cem pessoas --a maioria delas ligada a ONGs que têm convênios com o Ministério da Cultura.
Lalo de Almeida - 26.set.12/Folhapress
A ministra da Cultura, Marta Suplicy, visita a 30ª Bienal de São Paulo, na última quarta (26)
A ministra da Cultura, Marta Suplicy, visita a 30ª Bienal de São Paulo, na última quarta (26)
Marta disse ainda que o programa Cultura Viva, que inclui os Pontos de Cultura, foi "desidratado" no MinC, mas deve ser retomado agora durante sua gestão.
Os Pontos de Cultura são iniciativas independentes espalhadas pelo país e financiadas diretamente pelo ministério para impulsionar a produção e a difusão cultural, como oficinas de vídeo.
No encontro, a ministra ouviu diversas sugestões sobre a reforma da Lei de Direitos Autorais, discussão que está em curso no MinC, e reclamações sobre a falta de recursos para Pontos de Cultura durante a gestão da ex-ministra Ana de Hollanda (2011-12).
"Gente, vamos esquecer minha antecessora. Precisamos olhar pra frente", disse Marta. Ela arrancou novamente risos da plateia ao ser questionada sobre a perenidade das políticas públicas implementadas durante sua gestão.
Para Pedro Markun, do grupo Transparência Hacker, Marta deixará o MinC em algum momento por causa de seu perfil político. Ela deixou o cargo de ministra do Turismo em 2008 para disputar a Prefeitura de São Paulo.
"Você já está me mandando embora?", brincou a ministra. Em seguida, o mesmo Markun cobrou dela mais transparência no site oficial do Ministério da Cultura em relação aos gastos públicos da pasta.
"Eu nunca vi um site tão ruim", concordou Marta. Depois, ela sugeriu que a página deve passar por uma reformulação.
MATHEUS MAGENTA
DE SÃO PAULO

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