Mentira bem contada
"Tidão", era aquele personagem tipico que compõe a vida de cidades do interior do Nordeste; aquele "cara" que alegra qualquer roda de conversa em esquina, botequim ou farmácia. Certa manhã, estava uma "roda" de "fregueses" na farmácia do centro da cidade jogando conversa fora, quando J.M. vendo Tidão passar, chamou-o para alegrar a conversa e foi logo diaparando:
_Tidão conta uma mentira aí!
Tidão com cara de deprimido:
_"Cumpade" Zé, eu tava passando por aqui à sua procura mesmo. Sabe aquela minha nenina mais nova, a sua afilhada? Pois é cumpade, ela faleceu hoje de madrugada e eu tava à sua procura justamente pro senhor me ajudar com a "arrumação" pro enterro da bichinha .
O compadre (JM) lamentando então a morte da afilhada, meteu a mão no bolso e doou uma generosa ajuda para o funeral da criança.
Passados alguns dias, estando o compadre no mesmo ponto de conversa, aparece Tidão com uma menininha pela mão e chegando perto do compadre diz pra criança:
_Toma a bênção ao seu padrinho menina!
Todos ficaram espantados, inclusive o padrinho da criança que disse:
_Mas Tidão, você não disse outro dia que minha afilhada tinha morrido?
Ao que Tidão imediatamente respondeu:
_ O senhor não pediu pra eu contar uma mentira?!!!
Atirador de elite
O ilustre sr. A.A.S. único varão da família, detestava ser contrariado. Certo dia, chegando em casa encontrou a maior confusão : um bate-boca entre a mãe e as irmãs que não acabava nunca. È que na época, Nova Cruz não tinha água encanada e na casa de nosso personagem havia uma jarra dágua doce para cada uma das mulheres da familia que usavam o precioso líquido para lavar seus longos cabelos. Havia ainda a jarra que continha água para o consumo das pessoas: cozinhar e beber. Acontece, que a jarra dágua destinada ao consumo da familia secou e nenhuma das mulheres da casa queriam ceder água de suas jarras individuais para cozinhar o almoço do dia. Foi então que sabedor do caso e sem almoço preparado até aquela hora, o sr. A.A.S. não hesitou: sacou do revólver que sempre trazia consigo e atirou nas três jarras dágua das mulheres da familia.
Outra do nosso"atirador"
Um outro dia, o aparelho de auto falante da prefeitura que na época era usado para divulgar além de músicas as noticias da cidade, uma das músicas tocadas irritava deveras nosso personagem . Ela falava num nome de mulher que era o homônimo de sua genitora. Um belo dia, saindo de casa de mau-humor, ao passar por perto do aparelho de auto falante que tocava exatamente aquela musiquinha, ele não hesitou: sacou do revólver e atirou no aparelho que era o alvo de sua constante irritação.
Como ele gostava de atirar!
A.A.S.era um chefe de familia que gostava de afirmar o seu poder doméstico em tudo e determinava até o que seria servido nas refeições diárias não admitindo ser contrariado. Acontece que naquele dia, uma de suas irmãs resolveu por conta própria, mudar o cardápio determinado pelo irmão e colocou pra assar um pedaço de carne seca que seria incluido em seu almoço. Voltando de seu passeio diário, A.A.S. sentiu logo da calçada o cheiro da carne ... Entrando em casa furioso por ser contrariado, não contou história: sacou do revólver e atirou na carne que estava assando!
Que surra!
Numa manhã qualquer daquela época, A.A.S., saiu de casa antes de confirmar o cardápio para o almoço daquele dia. Temerosa de sua reação ao chegar em casa, sua irmã resolveu que um pato da criação doméstica iria pra panela naquele dia, até porque o irmão já havia determinado anteriormente que o bichinho faria parte do do almoço do dia da família. Acontece que o sr. A.A.S. ao passar pelo açougue, viu um "quarto" de bode que o fez desejar mudar o cardápio de pato pra bode. Ao chegar em casa e verificar que o pato já estava pronto para ser servido, não contou história: deu uma baita surra, com o quarto de bode, na coitada da irmã!!!
Fonte: José Fernandes e Donzinha Tavares Costa
Acervo fotográfico: Ilvaíta Mª Costa
2 comentários:
Adorei o Blog da Casa de Cultura...
De muito bom gosto ! ! !
Parabéns...
Parabéns pelo Blog!!!
Postar um comentário